Foto: Josenildo Gomes/CTTU
Durante a programação, líderes nacionais de segurança viária reconheceram o esforço do Recife para diminuir mortos e lesionados no trânsito. Os gestores visitaram projetos de urbanismo tático implantados na cidade e confirmaram que as iniciativas devem ser replicadas em outros municípios.
O Recife tem se tornado uma referência no que diz respeito à segurança viária. As ações da cidade têm tido contínuos reconhecimento de diversas instituições públicas e do terceiro setor em níveis nacionais e internacionais. Na quarta-feira (24), representantes da Secretaria Nacional de Trânsito, do Governo Federal, iniciaram uma visita à capital pernambucana que durou até a sexta-feira (26). A programação da comitiva começou com uma reunião entre gestores da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) e de várias cidades de Pernambuco. Na ocasião, foi realizado um debate sobre o Plano Nacional de Trânsito (PNATRANS), que traz diretrizes para as políticas de segurança viária nos estados e municípios. A programação dos técnicos também inclui diálogo entre gestores da CTTU e a Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global (BIGRS).
Os técnicos realizaram uma visita em várias áreas do Recife que foram redesenhadas, como a Rua Frei Cassimiro, em Santo Amaro, que recebeu uma nova estrutura com urbanismo tático e, agora, com construção permanente de novas calçadas. Áreas como o Largo Dom Luiz, na Zona Norte e a Rua da Palma, também foram visitadas para o intercâmbio e troca de experiências, mostrando o compromisso da gestão municipal com a segurança viária e priorização dos mais frágeis no trânsito.
“O Recife, apesar de ter dificuldades históricas que resultam em desafios para a gestão de segurança viária, como, por exemplo, ruas não planejadas, áreas de morros e ampla desigualdade social, é uma cidade que tem se esforçado politicamente em reduzir mortes e lesões no trânsito. Isso se mostra no investimento contínuo e interdisciplinar não apenas na engenharia viária, mas na gestão de dados, na comunicação e educação, na fiscalização, na integração com serviços de saúde e em diversos setores da gestão municipal. Isso tem feito com que a cidade tenha trabalhos reconhecidos por utilizar as melhores práticas para que, assim, consigamos voltar a reduzir os mortos e feridos nas nossas ruas”, destaca a presidente da CTTU, Taciana Ferreira.
As primeiras áreas de urbanismo tático foram feitas ainda em 2019, com pinturas coloridas no chão, utilizando desenhos para testar se os sinistros de trânsito diminuíram. Locais como o Largo da Paz, em Afogados, zeraram o índice de atropelamento e, no bairro da Ilha do Leite, os sinistros de trânsito reduziram em 75% o índice de sinistro de trânsito com vítimas após a intervenção. Atualmente, a cidade já tem 45 áreas de urbanismo tático e 40 mil m² devolvidos para os pedestres.
"Sabemos que, historicamente, os espaços das vias são dedicados aos carros, mas promover uma cidade que integre com igualdade todas as pessoas passa por construir ruas acessíveis e, principalmente, boas para quem anda a pé. Quando estamos andando, somos os mais vulneráveis no trânsito e, por isso, proteger os mais frágeis é também proteger todas as pessoas. Se uma rua é segura para pedestres, é segura também para o ciclista, o motorista e o motociclista. As vias devem ser espaços de encontro, de lazer e isso só se faz em segurança e é isso que estamos vendo ser construído no Recife", destaca a gerente de programas da GDCI, Beatriz Rodrigues.