Devido a ações como essa, Recife foi eleita a 4ª capital com a rede cicloviária mais completa e acessível do Brasil pelo Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP)
O recifense tem visto desenhos diferentes nas pistas da cidade: mais ciclofaixas, canteiros de pedestres alargados com tintas coloridas, refúgios para pedestres no meio das pistas, mais travessias e mais áreas destinadas a transportes públicos. Tudo isso faz parte da política de mobilidade urbana da Prefeitura do Recife, que inverte a prioridade do uso do espaço público para priorizar as pessoas e os meios de transportes que ocupam menos espaço, além de garantir mais segurança viária para os que são mais vulneráveis no trânsito. Pensando nisso, a PCR, por meio da Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano (Semoc) e da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) entrega, nesta quarta-feira (8) a Rota Beberibe, ciclofaixa com 2,2 km de extensão. Além disso, no entorno do Mercado de Água Fria, será implantada uma área de trânsito calmo, utilizando urbanismo tático.
A Rota Beberibe, que terá 2,2 km de extensão, fará o seguinte trajeto: Estrada Velha de Água Fria, Rua São Bento, Rua Alegre, Rua da Regeneração e Avenida Beberibe. Essa nova rota se conecta com a Ciclofaixa Professor José dos Anjos, formando um total de 34,9 km de rotas interligadas na Zona Norte e Centro, utilizando as rotas Sebastião Salazar, Santos Dumont, Marquês de Abrantes, Othon Paraíso, Avenida Norte, Santo Amaro, Boa Vista, Jornalista Graça Araújo e Bairro do Recife.
Na região da Rota Beberibe, foi implantada, também, uma área de trânsito calmo devido ao grande número de pedestres que circulam no entorno do Mercado de Água Fria. A CTTU fez uso de urbanismo tático, com pinturas no chão para sinalizar oito refúgios de pedestres, aumentando, assim, o espaço para esse público na via. Além disso, foram implantadas, também, sete novas faixas de pedestres com o objetivo de dar mais segurança viária aos que andam a pé.
A última pesquisa de origem e destino realizada pelo Instituto Pelópidas Silveira, aponta o bairro de Beberibe como uma localidade que apresenta alta concentração de ciclistas em deslocamento para o trabalho ou para uma instituição de ensino diariamente. São trabalhadores, estudantes e comerciantes que usam a bicicleta como principal meio de transporte e que serão beneficiados com a nova rota cicloviária de Beberibe, uma estrutura cicloviária segura, preenchida com tinta vermelha para destacar a presença do ciclista na via, que conectará importantes destinos da localidade a rede cicloviária já existente.
RECONHECIMENTO - A PCR entregou à população mais de 100 km adicionais de malha cicloviária nos últimos anos, um crescimento sem precedentes, que contribui para o deslocamento seguro de quem opta por esse meio de transporte. Em 2019 a malha cicloviária de Recife foi considerada, em estudo realizado pelo Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP-Brasil), como a quarta rede mais acessível à população dentre as 20 maiores cidades do país. O estudo mostra que mais de 24% da população da cidade consegue acessar uma rede cicloviária a menos de 300 m de sua residência. Isso é um marco importante da Política Pública voltada para a mobilidade Sustentável e para o incentivo a ciclomobilidade.
Atualmente, o Recife possui 125,5 km de malha cicloviária, entre ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas, o que representa um aumento de 420% desde 2013, quando havia 24 km. Desde 2013, as novas rotas implantadas compõem a Rede Cicloviária Complementar, previstas pelo Plano Diretor Cicloviário (PDC), e estão sendo projetadas para que haja uma conexão com as rotas já existentes e com a Rede Cicloviária Metropolitana, que está sendo elaborada pelo Governo do Estado. Os projetos priorizam o atendimento aos bairros que abrigam polos de interesse público, como parques, praças, mercados públicos e terminais de ônibus, criando pontos de conectividade entre esses equipamentos.
O Recife tem investido em rotas que se interligam umas às outras para dar cada vez mais possibilidade de caminhos aos ciclistas. Entre o Centro da Cidade e a Zona Norte, já são 34,9 km de malha cicloviária interligada. Na Zona Sul, o número chega a 12 km de rotas cicláveis interligadas e, na Zona Oeste, 33,25 km. O incentivo ao uso da bicicleta, além de fomentar uma mobilidade mais sustentável, democratiza o uso do espaço urbano entre pessoas com diversos meios de transportes e classes sociais.
A presidente da CTTU, Taciana Ferreira, destaca que a experiência do bairro de Beberibe é um exemplo para toda a cidade. “A nova sinalização no bairro contribui diretamente para dar mais segurança às pessoas que circulam, principalmente pedestres e ciclistas, além de ficar mais bonito com os desenhos utilizados no urbanismo tático, que também tem sido visto em outros bairros de nossa cidade. Temos feito intervenções diferenciadas, especialmente em locais com maior número de ciclistas e pedestres, como nas áreas do Largo da Paz, no bairro de Afogados, e também no bairro de Santo Amaro”, destaca a gestora.
URBANISMO TÁTICO NO RECIFE - Áreas de trânsito calmo têm diversas características como, por exemplo, espaços de rotas cicláveis, ampliação de calçadas para os pedestres, diminuição da velocidade regulamentada e humanização do espaço público para que as ruas sejam cada vez mais ocupadas pelas pessoas. Desde 2019, já foram feitas diversas áreas de trânsito calmo, com destaque para a Zona 30 da Ilha do Leite, que adequou a velocidade e implantou redesenho urbano e rotas cicláveis. No Largo da Paz, com grande fluxo de pedestres, a área de trânsito calmo auxilia os que andam a pé e também os que aguardam os transportes públicos nas paradas. Enquanto, em Santo Amaro, na Praça de Campo Santo, a área escolar recebeu uma nova geometria para dar protagonismo à mobilidade dos pedestres.
INICIATIVA BLOOMBERG – Desde junho de 2020, a PCR tem contado com o apoio da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global, o Recife tem recebido consultoria de técnicos especializados, além de uma rede internacional de organizações, que dão suporte às ações do poder público municipal em melhorias no gerenciamento de dados, infraestrutura, fiscalização, educação e comunicação. Os parceiros vão oferecer apoio técnico e também financeiro à cidade para implementação de estratégias comprovadamente eficazes para prevenção de mortes e feridos no trânsito, em consonância com as melhores práticas internacionais na área. Entre eles estão a OMS, National Association of City Transportation Officials – Global Designing Cities Initiative, Johns Hopkins International Injury Research Unit, World Bank’s Global Road Safety Facility, Vital Strategies e International Association of Chiefs of Police.